No último dia 27 de setembro, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Patos de Minas sediou um encontro regional epidemiológico que tratou de temas fundamentais para a saúde pública, incluindo o Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, conhecido como VigiAgua. O evento reuniu 20 representantes de setores de epidemiologia de municípios da região e destacou o papel crucial da vigilância para assegurar que a água distribuída à população seja de qualidade e em quantidade suficiente.

O VigiAgua é responsável pelo monitoramento da água fornecida por prestadores de serviço, verificando a segurança do abastecimento em áreas urbanas e rurais. Durante o encontro, Fabiana Maria Andrade Britto, referência técnica do programa na SRS Patos de Minas, ressaltou a importância de ampliar os pontos de coleta, especialmente em áreas rurais e condomínios fechados. "Precisamos garantir a cobertura em toda fonte de água, incluindo poços artesianos, e investir em educação permanente nessas áreas", destacou.

Além disso, foi discutido que, em casos de contaminação, o prestador de serviço deve ser imediatamente notificado para que as irregularidades sejam corrigidas. O prestador é responsável tanto pela qualidade quanto pela quantidade de água fornecida, e eventuais falhas no sistema podem ocorrer até mesmo dentro das instalações de fornecimento.

Geize Marques, coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental de Patos de Minas, enfatizou a importância de otimizar os processos de trabalho. Ela sugeriu que os Agentes de Combate às Endemias (ACEs), que também atuam como agentes ambientais, sejam responsáveis pela coleta da água, como já ocorre em Patos de Minas. "Eles conhecem as particularidades de cada região e podem ajudar a mapear os pontos críticos, como escolas, restaurantes e farmácias", explicou.

Análise da água coletada

A SRS Patos de Minas é responsável pela vigilância de 21 municípios, porém apenas o município de Patos de Minas realiza suas próprias análises de água. Os demais enviam suas amostras ao laboratório da superintendência para análise mensal, que deve ser realizada até 24 horas após a coleta. O laboratório analisa três parâmetros: dois microbiológicos, que verificam a presença de coliformes totais e Escherichia coli (indicadores de contaminação fecal), e um organoléptico, que avalia a turbidez da água (presença de partículas suspensas).

Se houver resultado positivo para contaminação, o município precisa inspecionar o prestador de serviço e monitorar o ponto de coleta para evitar a proliferação de doenças, especialmente gastrointestinais, como destacou a técnica de laboratório da SRS Patos de Minas, Roberta Cristine Santos.

Os resultados dessas análises são inseridos no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e validados no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA), garantindo um monitoramento contínuo da água consumida pela população.

Importância do VigiAgua

O encontro reforçou a importância do VigiAgua e outros programas de vigilância, como o VigiMinas e VigiDesastre, para a saúde pública. Além disso, foram discutidas novas resoluções sobre arboviroses, como dengue e chikungunya, e vírus respiratórios, conforme a Resolução nº 9.678. A reunião destacou o compromisso dos municípios da região em garantir a qualidade da água e proteger a saúde da população, fortalecendo a atuação integrada da vigilância epidemiológica.

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