Presidente Lula sanciona lei que agrava pena de feminicídio e de outros crimes praticados contra a mulher
Trata-se de mais uma ação do governo federal de enfrentamento à violência contra as mulheres; sanção é assinada pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves
10/10/2024 - 14h16
Ricardo Stuckert / PR
Em mais uma ação de enfrentamento à violência contra as mulheres, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou quarta-feira dia (9) o Projeto de Lei 4266/2023, que torna o feminicídio crime autônomo e agrava a sua pena e de outros crimes praticados contra a mulher.
Ao todo, a nova Lei nº 14.994/2024 modifica seis legislações brasileiras — Código Penal, Lei Maria da Penha, Lei de Contravenções Penais, Lei de Execução Penal, Lei dos Crimes Hediondos e Código de Processo Penal.
A nova lei prevê que condenados por assassinato contra mulheres motivado por violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher terão pena mínima de 20 anos, e máxima de 40 anos. Atualmente, a lei prevê que o feminicídio deve ser punido com prisão de 12 a 30 anos.
Dentre outras alterações, a Lei nº 14.994/2024 aumenta a pena de outros crimes praticados contra a mulher, como lesão corporal, que passa a ser de reclusão de 2 a 5 anos, ao invés de 1 a 4 anos; e dobra a pena de ameaça, atualmente detenção de um a seis meses, ou multa.
A lei também prevê aumento de pena para os condenados que descumprirem medidas protetivas, que passa de uma detenção de 3 meses a 2 anos para prisão de 2 a 5 anos, mais multa. Além disso, condiciona o uso de monitoramento eletrônico ao condenado por crime contra a mulher em caso de saída do estabelecimento penal e confere prioridade de tramitação, em todas as instâncias, aos processos que apurem a prática de crime ou violência contra a mulher.
Segundo a ministra Cida Gonçalves, a nova lei é importante porque “traz elementos para que de fato nós possamos ter um país sem feminicídio, sem impunidade e garantir a vida e a segurança de todas as mulheres do Brasil”. A titular da pasta, que também assina a nova lei, reforça, no entanto, que é preciso que as medidas de proteção às mulheres não sejam voltadas somente para a punição, mas foquem também na prevenção, a exemplo de canais de apoio, como o Ligue 180.
Feminicídio Zero
Em agosto deste ano, o governo federal, por meio do Ministério das Mulheres, lançou uma mobilização nacional pelo Feminicídio Zero, com o propósito de despertar na sociedade brasileira a atitude de não tolerar nenhuma forma de violência contra a mulher, oferecendo apoio às vítimas e/ou denunciando esses casos em canais como o Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher.
Mais investimentos
O Ministério das Mulheres também vem ampliando os recursos destinados às políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres.
Desde janeiro de 2023 até agosto de 2024, a pasta investiu cerca de R$ 389 milhões em políticas voltadas a equipamentos de proteção e outras ações de prevenção e acesso à justiça. Foram investidos:
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R$ 330.2 milhões para a ampliação das Casas da Mulher Brasileira;
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R$ 19 milhões em Centros de Referência da Mulher Brasileira;
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R$ 6.1 milhões em equipagem de Centros de Referência;
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R$ 4.8 milhões em veículos para Casas da Mulher Brasileira;
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R$ 16.9 milhões para a reestruturação do Ligue 180;
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R$ 11.9 milhões em outras ações de prevenção, acesso à justiça e enfrentamento à violência.
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