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Dois trabalhadores são resgatados de condição análoga à escravidão em carvoaria de Guimarânia (MG)

Os auditores fiscais Deusdedit Rodrigues e Gustavo Pereira descreveram as condições precárias dos alojamentos

por Weslley Raphael
12/09/2024 - 11h45

Dois trabalhadores são resgatados de condição análoga à escravidão em carvoaria de Guimarânia (MG)

Dois trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão foram resgatados em uma carvoaria localizada na cidade de Guimarânia (MG), em uma operação conjunta realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Os trabalhadores, que vieram de Montes Claros (MG), enfrentavam jornadas exaustivas de cerca de 14 horas diárias, vivendo em condições degradantes, alojados em barracas de lona com alimentação insuficiente e sem acesso a água potável. Além disso, estavam presos em um sistema de servidão por dívida, devido a descontos salariais irregulares, e eram forçados a continuar trabalhando contra sua vontade, temendo não receber pagamento.

De acordo com o procurador do Trabalho Hermano Martins Domingues, os dois homens trabalhavam das 5h30 às 18h, todos os dias da semana, sem que suas carteiras de trabalho fossem assinadas. Eles já estavam na carvoaria há mais de 30 dias e não haviam recebido qualquer salário. As despesas com o transporte de Montes Claros para Guimarânia e a alimentação seriam descontadas de seus pagamentos.

Os trabalhadores relataram passar fome frequentemente: "Pelo menos três vezes por semana passamos fome e estamos há mais de três dias comendo apenas arroz e feijão". Os auditores fiscais Deusdedit Rodrigues e Gustavo Pereira descreveram as condições precárias dos alojamentos, onde os trabalhadores não tinham acesso a banheiros ou chuveiros, e enfrentavam a presença de animais peçonhentos, como escorpiões, cobras e ratos.

Na frente de trabalho, os homens operavam tratores e motosserras sem treinamento ou equipamentos de proteção individual, agravando ainda mais a situação de risco.

O empregador foi notificado para regularizar a situação, incluindo o pagamento dos salários e verbas rescisórias, formalização dos contratos de trabalho e o custeio das passagens de volta dos trabalhadores para Montes Claros. As barracas de lona usadas como alojamentos foram imediatamente interditadas.

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