A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) está investigando um incêndio de grandes proporções que atingiu aproximadamente dois mil hectares de área de proteção ambiental e uma floresta de eucalipto na zona rural de João Pinheiro, no Noroeste do estado. A área devastada equivale a cerca de três mil campos de futebol. A principal suspeita do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) é de que o incêndio tenha sido criminoso, iniciado para limpeza de terreno visando à atividade agropecuária.

Devido à estiagem extrema, o fogo se alastrou rapidamente, atingindo áreas do bioma cerrado e um curso d'água pertencente à bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Testemunhas ouvidas pela PCMG relataram que os administradores de uma propriedade rural próxima costumavam atear fogo ao terreno no final da tarde, prática que teria resultado no incêndio de grandes proporções.

As chamas consumiram a vegetação e a plantação por mais de 24 horas antes de serem controladas, com o auxílio de cerca de 30 pessoas, além de máquinas, tratores, caminhões e uma aeronave.

Investigação e responsabilização

Imagens de satélites foram utilizadas para verificar a extensão da área atingida e os danos provocados. A perícia foi acionada para comprovar o crime ambiental e identificar o ponto de origem do fogo. A delegada Bianca Landau Braile, chefe do Dema, destacou que novos meios tecnológicos estão sendo empregados para monitoramento, permitindo localizar a área inicial do incêndio com precisão.

Os responsáveis, uma vez identificados, responderão pelo artigo 41 da Lei 9605/98, que prevê punições para quem provocar incêndios em matas ou florestas, com penas de até quatro anos de prisão.

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