Dr. Weslley Raphael - Patos de Minas

Cavernas de Coromandel guardam vestígios que reforçam tese de que o mar já esteve presente na região do Alto Paranaíba

Icnofósseis da Era Neoproterozóica, que data entre 1.000 milhões de anos e 541 milhões de anos, foram descobertos por alunos do curso de Geologia do campus Monte Carmelo da UFU

por Weslley Raphael
19/07/2021 - 09h44

Cavernas de Coromandel guardam vestígios que reforçam tese de que o mar já esteve presente na região do Alto Paranaíba Integrantes do Gape na Gruta da Lagoa Suja, em Coromandel — Foto: Arquivo/Gape

Cavernas localizadas em Coromandel abrigam vestígios preservados datados entre 1.000 milhões de anos e 541 milhões de anos, aproximadamente. A descoberta dos icnofósseis da Era Neoproterozóica foi de um grupo de estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que se dedica a estudar, preservar, conservar e promover o patrimônio espeleológico brasileiro, com ênfase na região do Alto Paranaíba.

Os icnofósseis identificados são chamados de estromatólitos, que representam estruturas bio-induzidas, cuja deposição é determinada pela ação de organismos edificadas em carbonato de cálcio (CaCO3).

Os pesquisadores explicam que, como o desenvolvimento de estromatólitos ocorre em ambiente marinho raso, a presença deles em Coromandel reforça a tese de que o mar já esteve presente na região, segundo Marco Antonio Delinardo da Silva, docente de Geologia e um dos coordenadores das pesquisas da equipe.

“Os estromatólitos representam uma das principais evidências que sustentam esta hipótese, pois estes icnofósseis são vestígios de organismos que vivem em ambiente marinho, especialmente na região costeira. Nós reconhecemos o ambiente onde estes organismos vivos ocorreram no passado por meio de análogos modernos, como os estromatólitos que ocorrem nas praias de Shark Bay, no extremo oeste da Austrália”, explicou.

Além de Marco Antonio, coordena as pesquisas da equipe Fernanda Quaglio, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Esta descoberta é importantíssima para que nós, geocientistas, possamos compreender os eventos geológicos que ocorreram na região no passado”, disse Silva, referindo-se ao ambiente de sedimentação no qual as rochas que constituem as cavernas se formaram.

Gape

 

Fonte: : G1 Triângulo e Alto Paranaíba

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